Saturday, March 12, 2011


Aqui a capa pronta. Não tive tempo de fazer tudo que eu queria, principalmente na superfície da Lua. As crateras eu fiz com uma imagem separada. Fiz a cratera num arquivo separado no Photoshop, depois copiei e colei sobre a capa. Em outro layer, em modo "Overlay", coloquei a cratera em perspectiva e pronto!

Monday, March 07, 2011



Essa é uma capa que tô fazendo pro Josh Hammonds!


1-Ele queria uma capa com um personagem dele astronauta segurando uma arma (esqueci o nome e o modelo) na Lua. O espaço ao fundo e, se coubesse, um outro astronauta sangrando no espaço -dando a entender, claro, que o primeiro meteu bala no segundo. Ele não queria uma capa estilo "heói" (aquele esquema do cano enorme em primeiro plano e ao fundo tudo acontecendo). Ele pediu uma composição limpa e equilibrada. Essa foi a foto que ele mandou pra eu tirar como exemplo pro traje.


2-Direto na tablet fiz um esboço rápido já colocando minha intenção de cor. Usei as complementares porque achei que o contraste delas funcionava bem com um desenho "parado". Eu expliquei quando enviei esse esboço que entendo os capacetes serem enormes e criarem uma proporção estranha quando a gente vê um astronauta completamente vestido. Ficam parecendo anões. Mas eu pedi pra fazer os Astronautas numa proporção mais interessante e menos realista. Ele aceitou sem problemas, então diminuí os capacetes.


3- Meu scanner deu um problema quando eu tinha terminado o lápis, então tirei foto com o celular pra poder mandar. Nessa versão a lua tá mais arredondada. Eu mudei isso na arte-final, pensando que não fazia o menor sentido a gente poder enxergar a curvatura da Lua! Na arte-final eu me arrependi um pouco disso, porque era uma das coisas que dava profundidade num desenho sem cenário.


4- Aqui a versão finalizada a nanquim. Usei caneta nanquim técnica 0.1 e pincel pêlo-de-marta vermelha (Tigre). O nanquim é o Acrilex. Não sei se dá pra ver na versão do esboço colorido, mas eu tinha feito uma luz leve saindo de trás do astronauta (a idéia era que fosse o brilho do sol de longe atrás da Lua.) Mas eu não gostava da luz amarela saindo de trás do amarelo da Lua (ia dar a sensação de que, por algum motivo, só aquela parte onde o Astronauta tá pisando na lua está brilhando.). Então no esboço coloquei um azul bem escuro. Eu ainda queria algo que separasse melhor o Astronauta do fundo escuro do espaço, então na hora de finalizar, eu dei umas pinceladas mais secas em volta dele (que infelizmente não ficaram tão legais quanto no original, porque na hora de deixar o desenho só preto pra colorização-sem tons de cinza-eu perdi muita coisa). Usei as pinceladas mais secas também no sangue do personagem ao fundo. Eu tinha feito no esboço o "líquido" do sangue se espalhando... mas depois pensei que em gravidade zero e sem pressão atmosférica, as partículas do estado líquido iriam se espalhar de um jeito mais caótico e menos organizado.


5- Eu fiquei mais de um dia pra resolver a cor base. Eu comecei usando as cores que eu tinha feito no esboço, mas não funcionou! Só as complementares roxo-amarelo não funcionou legal. Achei que era melhor usar uma tríade já que eu ia acabar tendo que usar vermelho pro sangue. Fui experimentando com cores mais quentes porque a "agitação" que eu queria não vinha só de quaisquer complementares.

Eu ainda tô trabalhando na renderização e assim que terminar posto aqui!


Na teoria a gente entende muito bem que o que se aprende quando criança, o que marca; carrega pra sempre.
É fácil compreender que uma criança que sofreu muito vai trazer aquilo na personalidade.

Mas acho que passa batido a questão do interesse e do gosto. Da mesma forma que se carrega tudo isso, acho que tudo que gostava quando criança, ainda gosto. As coisas que eu "decidi" quando criança, com tanta convicção de que me seria dado muito fácil, eu ainda fico feliz de ter resolvido na época.

É como se minha versão de 7 ou até 10 anos de idade soubesse exatamente o que eu vou querer daqui 10 anos, ou mais 20.
A cabeça tá menos carregada de tudo que ainda vou aprender, então com 7 anos de idade, tudo que eu sei, é o que eu quero! E quero muito! Independente de família, conceitos religiosos, crenças.
Quando é criança, não se considera dificuldades de vestibular, mercado de trabalho. "Quero ser jogador de futebol". E se perguntar "por que" pra uma criança, a resposta vai ser frustrante pra quem é curioso: "porque sim".

Ultimamente ando trabalhando muito, então sempre penso em como desenhar as coisas. O "estilo".

Ontem achei uma revista que mostra desenhos de desenhistas famosos quando criança. Muito interessante ver que o mais marcante nesses desenhos, eles ainda mantém como adulto.

Não são desenhos deles com 3 anos. Mas com uns 10 e alguns com 12. Dizem que estilo é quando você consegue desenhar com facilidade qualquer coisa. Algo como sua interpretação do mundo.

É difícil saber como interpretar o mundo quando tem tanta coisa no meio do caminho que atrapalha chegar nisso.
Mas quando se é criança, sua cabeça é vazia (na maioria dos casos, no bom sentido). Então tem muito empenho em se desenhar, muita vontade. Sinceramente nem lembro se eu tinha borracha quando era moleque. Desenhos de criança não tem correções e nem dúvidas mentais sobre proporção, perspectiva, luz e sombra, etc.

Tem sido tão bom desenhar... e quando canso de usar o lápis, pegar o pincel e o nanquim, mesmo sem o desenho estar pronto e ir finalizando. Cansar e voltar pro lápis, ir pra outra página.
Então ir pro computador e brincar com as cores.

Sempre que empaquei num desenho, consultei as revistas do Roger Cruz, Ivan Reis, Eddy Barrows. Na maioria das vezes eu até consigo lembrar qual edição cada um fez determinada coisa que vá me ajudar.

Fiquei pensando que deve ser muito mais fácil consultar eu mesmo com 8 anos de idade do que alguém que eu gosto. =)

Saturday, March 05, 2011

Eu tava assistindo um episódio de Six Feet Under (acho que era o episódio 5 da terceira temporada) e fiquei reparando nas pessoas. As coisas que elas diziam que gostavam naquele episódio não combinava com o que ela dizia gostar na primeira temporada, por exemplo.

E lembrei de uma cena do Ratatouille. Remy tá discutindo com o pai sobre como o mundo é, as coisas funcionam, etc.
O pai diz: É assim que as coisas são. Você não pode mudar a natureza.
E Remy diz: A natureza é mudança.

Acho que tenho noções erradas sobre gostos e pessoas. A coisa que eu quero fazer com a minha vida. As pessoas com quem quero viver minha vida.

E não é que eu vá mudar tudo que eu acreditei até hoje por causa de um desenho e uma série de tv. Mas faz pensar.
Que talvez aquela coisa que eu queria fazer o resto da minha vida, eu não leve mais tão a sério (e que isso é até mais divertido).

Que o lugar que eu sempre quis morar desde pequeno, é hoje só o lugar que eu quero passar o final de semana.

E que as pessoas que eu pensei que continuariam na minha rotina e eu na delas, vão passar pela seleção natural. E algns poucos vão sobrar como os melhores amigos que eu vejo de vez em quando. Com quem eu posso contar sempre que eu quiser (e eles comigo), mas que eu não vou mais poder ligar e dizer: para o que você tá fazendo e vamos sair.


Eu sempre fui meio teimoso, brigando pra que tudo se mantenha do mesmo jeito. Os mesmos gostos, as mesmas pessoas e situações. E sempre que eu insisti (ainda mais quando tudo me mandava afastar daquilo porque não tava fazendo bem), eu me fodi.
É diferente quando é uma situação solitária. Se você quer ser jogador de futebol, conta com você e segue.
Mas outras pessoas e situações que envolvem ainda mais pessoas... não dá. Cada um tem seu gosto. E os sonhos vão mudando.


Dá um pouco de medo ver isso acontecendo devagar, tipo estações do ano. Mas é melhor aceitar enquanto existe carinho, lembrança boa e, querendo ou não, amor.

Estabilidade é ruim até quando tudo tá bem. Quando tá mal então, vira conformismo no pior sentido da