Wednesday, July 09, 2008



Recebi um e-mail muito legal do Vitor Ishimura sobre o post anterior (não sei porque ele não postou aqui, mas tudo bem).

Eu não sei se consigo explicar muito bem porque é bom saber que outras pessoas sofrem do que você sofre e se empolgam com a mesma coisa que te empolga. O que eu sinto é que se outras pessoas passam por coisas semelhantes (ou sentem coisas semelhantes), significa que o que você sente de ruim, não é lá grande coisa. É humano e natural.

Acho legal uma coisa que o Roger comentou em outro post, ele diz o seguinte: “Só tenho uma coisa a dizer:
-Senta e faz! ahahah
Com paixão, sem preguiça, com planejamento.
Nos momentos de deprê, faz o seguinte: Senta e faz!
Tirando as exceções de depressão justificada, deprê não mata, não anula, não te impede de comer, ir pra faculdade, almoçar, enfim, tocar a vida.”.

Ler esse tipo de coisa, é como você estar no pé de uma montanha, desanimado se consegue escala-la ou não. E quando você olha pra cima, tem um cara feliz lá no topo sacudindo os braços e gritando: “Vem. Dá pra subir, sim.”

E confesso, com um carinho muito grande, que receber comentários, críticas e incentivos de gente que admiro é uma tremenda mudança pro meu espírito, humor e vontade.

Rafael, putz, que legal receber um comentário assim! Cara, você mora em Bauru? Não é muito longe da capital, é? Você podia fazer algum curso de final de semana. O que eu aprendi na Quanta (e sobre a Quanta) é que o curso que você faz é muito importante e tal. Mas todo o ambiente da escola, a conversa com as pessoas é algo que te impulsiona. Então faça um curso lá, nem que seja só nos finais de semana pra você ter contato com o pessoal, mostrar seus desenhos e ver como eles lidam com as situações que a gente não faz idéia nem se são possíveis de “serem lidadas”, entende? Eu vi seu desenho! Gosto da questão de mostrar uma situação completa em só uma imagem, sem diálogo e sem narrativa seqüencial. Só de ler a plaquinha no bicho você já entende tudo!

Sobre o e-mail do Roger, eu realmente não entendi por que ele pensou que eu ia achar ruim. Dizia basicamente sobre o que a gente meio que tem medo, que é assumir que quem manda é a gente. A gente não devia ter que ter alguém cobrando pra funcionar. A gente põe na cabeça, vai e faz. Se disciplina. Desenhar o tempo todo. Se você não ta trabalhando, vai e desenha outra coisa.

E comigo, sinceramente, tem funcionado. E lendo o e-mail do Roger, eu vejo que não é só com desenho, não. É difícil, mas tudo que você for fazer, tenta fazer com vontade. Pega aquilo que você tem que fazer e toma pra você. Faz disso uma escolha sua, não uma obrigação.

Esse post tá enorme, vou encerrar comentando sobre essa página. O Roger (ele me dá R$ 0,10 cada vez que uso o nome dele aqui) me aconselhou a buscar uma coisa mais pessoal, me basear em fotos e não tanto em outros desenhistas (leia-se Ivan Reis, huahuahua).

Então agora, quando desenho, busco fotos pra que eu interprete a realidade.

A mulher do último quadro ficou com o queixo muito largo e os olhos muito acima da onde deveriam estar. E aí isso leva a vários outros erros no desenho.

O que eu gostei, foi de ter feito completamente sozinho. Sem pensar no trabalho de ninguém.

Vou manter isso.

O primeiro quadro... essa sacada do prédio me perturba muito. Eu dei a bobeira de esboçar e não buscar referências. Quando eu tava acabando eu pensei: A sacada devia ser maior e devia estar contida num espaço maior do prédio. O prédio ficou fino, a sacada pequena, etc, etc. Deu raiva quando vi o rumo que isso tava tomando. Mas foi um acidente que não dava tempo de consertar. Fazer o que.

Ah, um comentário extra pro Walis!! O Vitor disse que você tem fotos de desenhistas, entrevistas e uma porrada de coisas assim. Me manda, cara!! Adoro isso! Meu e-mail é bbrunoliveira@gmail.com

E acabou.