Saturday, February 26, 2011

Eu acabei de completar mais um roteiro que tô querendo muito desenhar!

É bom criar uma história que você gosta bastante.
E fico empolgado de saber que um troço que tá só na minha cabeça me deixa mais feliz do que assistir qualquer coisa ou conversar com qualquer pessoa.

Fico deitado na minha cama sorrindo e imaginando várias situações e como resolver com os personagens. Dá uma sensação de quando a gente é criança brincando com os bonecos dos Cavaleiros do Zodíaco.

Eu vejo entrevistas com diretores, roteiristas e eles sempre falam "Eu quis criar algo que eu gostaria de ver."
E eu achava essa expressão idiota. Parecia uma auto-propaganda estranha e sem explicação nenhuma.

Até que num dia de tédio absurdo, quando a TV tava um saco, o trabalho e o msn também, eu pensei o que eu queria fazer. E eu queria ler alguma HQ.
Vim pra internet pesquisar HQs legais pra baixar.
Tinham alguns reviews em sites sobre HQs nacionais que andam fazendo um sucesso do caramba, consideradas revolucionárias e tudo mais, e pensei em ler! Isso vai me completar hoje (porque acabo achando isso, que tédio é uma porra de uma sensação vazia estranha querendo ficar completa.)

Baixei 3 HQs muito conhecidas hoje em dia, li com grande expectativa e me senti mal quando achei tudo uma merda =/
Eu me sentia como se eu tivesse sem entender alguma coisa na história.

Mas na hora, meti o pau em mim mesmo falando: "Vai lá e faz melhor, seu bosta!"
Eu não queria melhorar a história que eu tinha lido. Eu só queria fazer uma história mais interessante. Que me fizesse passar pelas páginas sem me entediar.

Aí entedi a porcaria do conceito de fazer o que você gostaria de ver.

Acho que é assim que muita coisa surge. Você sente aquele tédio estranho, que precisa ser preenchido e não acha nada pra preencher. E tentar se "desentediar" é procurar alguma coisa que vai calar a boca da sua cabeça. Quando não acha nada, aceita o tédio ou cria alguma coisa.

É um jeito estranho de ir, devagar se desassociando das pessoas e das coisas com as quais não dá pra lidar do jeito que quer... mas um jeito muito bom ainda assim!

Friday, February 25, 2011

Eu tava tentando resolver um problema de um roteiro que tô escrevendo pensando nas soluções lógicas pra história. Eu pensei num final muito legal, mas não sei por que, quando eu escrevia, não ficava bom.

Li e reli o roteiro várias vezes e percebi que o problema não era a história. Eram os personagens.
Eles não tinham nada de específico.

Eu lembrei de quando lia entrevistas com roteiristas de HQ e eles sempre diziam o quanto sabiam sobre o personagem antes de começar a escrever a história.
Diziam que escreviam o passado, presente e o futuro do personagem, mesmo se não fossem usar. Eu sempre achei que era besteira pra parecer profissional, porque as vezes que eu tentei escrever minhas histórias, a parte mais chata era ficar: "Esse personagem gosta de bananas, adora ir ao shopping, etc."

Mas agora deu pra ver o que eu tava fazendo errado. Eu preciso escrever um personagem que eu gosto. Não dá pra ficar descrevendo friamente que o personagem gosta de bananas. Mas talvez eu posso usar coisas que eu gosto/odeio, baseado em amigos, por exemplo. E criar um personagem interessante.
Quando o personagem fica mais real assim, fica fácil colocar uma história em cima.

E funciona com qualquer personagem.
Ando assistindo Six Feet Under enquanto desenho e pra testar se eu tava certo, imaginei o Nate correndo na rua. E de repente pensei em várias possibilidades. Ele podia receber uma ligação do médico sobre exames que ele fez. Ele podia ser interrompido por um acidente na rua que acaba fazendo ele pensar no trabalho dele.

Quando um personagem tem um contexto, um mundo dele, cheio de problemas e soluções, a história é consequência!

Mas ainda assim, é chato sentar e escrever: coisas que esse personagem gosta. Coisas que ele odeia.
E acabou que pra mim deu certo imaginar uma situação curta e colocar várias pessoas nela e considerar como cada um agiria na situação. O que faz o personagem único são coisas pequenas.

Depois que eu vi isso, foi fácil resolver o melhor final pra história.



Wednesday, February 09, 2011

Trabalhar em casa é complicado. Eu falo muito disso porque eu penso muito nisso.
Difícil separar coisa pessoal, profissional; difícil trasnformar hobby em profissão, bla bla.
Mas hoje mais cedo, completamente distraído, raciocinei bastante sobre isso.
Porque quando resumo todas as complicações de se fazer qualquer coisa por um longo período, chego na distração e no foco. E o problema que é um e outro.
Meu trabalho é entregar um tanto de desenhos numa determinada data do mês.
É só isso.
Não tem restrição sobre horário nenhuma. É uma data, uma encomenda.
É pela falta de disciplina que, na maioria das profissões, tem horário pra entrar, intervalo e sair.

Em casa nossa cabeça viaja. O processo psicológico de sair de casa e chegar num local com o intuito de trabalhar, ajuda a focar a mente.

Mas quem não tem isso como faz?
Eu ando criando algumas coisas pra me ajudar. São soluções que, pra mim, dependem do "problema" do dia.

Eu ja falei que minha cabeça cria um problema e me convence de que ele precisa ser resolvido naquele momento.
Racionalmente, eu sei que não precisa. Dá pra esperar eu fazer meu trabalho. Mas a cabeça convence da urgência do problema.
Ela faz isso controlando nosso corpo.
Minha falta de disciplina faz com que eu coma quando tenho fomeme deixando ansioso, as vezes acelerando batimentos cardíacos e por aí vai. E é foda brigar com o corpo

Tuesday, February 08, 2011